Nota do Saferj:
O presidente do Sindicato dos Atletas do Ceará, Marcos Gaúcho, está certíssimo em suas colocações, pois será um retrocesso haver partidas de futebol em território brasileiro às 13 horas. Há tempos os sindicatos estaduais vêm lutando para coibir jogos em horários em que a temperatura possa trazer prejuízo à saúde dos atletas. Se a Fifa mantiver essa posição estará gerando um precedente perigoso para os atletas que atuam no Brasil.
A Fenapaf já enviou ofício à CBF e ao Ministério dos Esportes pedindo providências e demonstrando que os sindicatos não estão de acordo com esse horário estipulado.
Diretoria Saferj
Entenda a questão:
Sindicato quer vetar jogos da Copa
Decisão da Fifa em colocar jogos às 13 horas revolta Sindicato de Atletas do Ceará por causa do calor.
Na semana passada, a Fifa divulgou, após uma reunião em sua sede, na Suíça, todos os horários das partidas a serem disputadas durante a Copa do Mundo de 2014, no Brasil. Um deles, em especial, acabou chamando a atenção e já provocou polêmica: o das 13h.
Apesar de o evento rolar, quase em sua totalidade, no inverno, algumas sedes, principalmente as nordestinas Salvador, Recife, Natal e Fortaleza, que receberão jogos nesse horário, mostraram-se apreensivas devido ao calor.
Ontem, o Safece (Sindicato dos Atletas de Futebol do Estado do Ceará) manifestou a intenção de enviar um ofício à Fifa para alterar ao menos uma partida das 13h marcada para a capital cearense — o jogo das oitavas de final entre o primeiro do Grupo A e o segundo do B.
O presidente do sindicato responsável pelo ofício, Marcos Gaúcho, concedeu entrevista ao site Globoesporte.com explicando o porquê da ação.
“Não tenho ideia de quanto tempo vai demorar, mas não vamos ficar de braços cruzados. É um absurdo, não é possível que essas pessoas desconheçam a alta temperatura de Fortaleza nesse horário”, justificou-se o presidente.
PODE ATÉ MATAR/ Professor da Universidade de Fortaleza, Ricardo Lima afirmou que, nesse horário, a cidade pode atingir temperaturas de até 35 graus. Segundo ele, seria o suficiente para causar até a morte de atletas.
“É uma coisa muito dolorosa, principalmente para as seleções da Europa. Os atletas têm superaquecimento, podem ter problemas, como ensolação, e a saúde fica muito vulnerável. O jogador pode ter uma síncope. O estado dele pode piorar e ele vir a óbito”, disse Lima, que também é fisiologista e preparador físico na Unifor.
Uma saída, segundo o professor, seria adaptar os atletas a esse tipo de temperatura, mas isso demoraria aproximadamente 20 dias. O processo é chamado de aclimatação. A ingestão de muita água também ameniza os efeitos do calor, mas não é suficiente para compensar a perda de líquido do corpo.
Fonte: Diário de SP